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Esta visita de dois dias de Aguiar-Branco estava programada ainda antes da crise suscitada, no início deste mês, pela suspensão da cooperação judicial entre Lisboa e Díli, na sequência da expulsão de sete funcionários judiciais portugueses de Timor-Leste.
Apesar deste facto, as autoridades de Lisboa, com a concordância do Ministério dos Negócios Estrangeiros, decidiram manter esta iniciativa. Aliás, no Parlamento, o titular da pasta da Defesa manifestou a intenção de prosseguir a cooperação técnico-militar entre os dois países que considerou como pilar e elo na relação entre os dois países, apesar “das flutuações nas relações entre outras áreas”.
A estabilidade que o Ministério da Defesa afirma existir na sua área com Timor-Leste é a mesma que presidiu ao relacionamento com outros países que, como disse José Pedro Aguiar-Branco aos deputados, “sofreram turbulência nas relações noutras áreas por razões diversas”. É assim que se insere a assinatura de um memorando cujo conteúdo e importância não foi, no entanto, especificado pelo titular da Defesa antes da sua partida para Díli.
A cooperação bilateral em matérias de segurança e defesa não é a única que se mantêm, apesar da crise na área da justiça. Em 11 de Novembro, o chefe da diplomacia portuguesa confirmou a renovação de 81 docentes no âmbito do projecto de formação contínua de professores.
E o AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal], colocou Timor-Leste entre os 12 novos mercados da sua acção de grande potencial para as exportações portuguesas, alargando a sua presença a 65 países. Entre os quais, com a inauguração, também, de delegações na Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, o AICEP passa a ter a sua rede em todas as capitais da Comunidade de Países de Língua