Appia
Ele acreditava que essa iluminação móvel, modulante, poderia criar uma atmosfera própria para o drama que estivesse também associada à textura da música. A intensidade, a cor e a direção da luz poderiam refletir nas mudanças de atmosferas e de humor do trabalho.
Appia foi o primeiro diretor a creditar à iluminação um papel de protagonista da encenação, em consonância com os outros elementos plásticos e sonoros do espetáculo.
Muitas das cenas de Wagner tinham lugar em antigas florestas. Appia não se ateve a criar uma floresta com árvores, arbustos, mas no sentido do sagrado na floresta. O mais significativo aqui é a tridimensionalidade das arvores que permite criar sombras e volumes reais por meio de recursos de iluminação. A luz bloqueada por um objeto produz uma qualidade escultural muito importante na obra de Appia.
As obras de Wagner requeriam o alargamento da visão e do sentido de mistério que o palco bidimensional não poderia fornecer com seus telõs pintados e tapadeiras. Era necessário criar a tridimensionalidade no palco. No lugar de pedras e rochedos pintados, ele introduziu volumes reais na cena. Desde 1892, as maquetes de Appia são revolucionárias com a sua estilização: Formas primárias, murais, escadarias, plataformas onde o ator-bailarino e a luz jogam.
Appia denominou dois desenhos ‘espaços rítmicos’.O espaço rítmico é baseado em plataformas de variadas alturas, rampas, esteiras, paredes e pilares, possibilitando ao ator variabilidade de movimentos.
O espaço construído por Appia é funcional na relação do ator com o drama. Ele torna-se inovação técnica, mas também reflete as emoções e sentimentos: não somente porque Appia imagina uma