Apostila De Tica Do Prof
Carlos Frederico Gurgel Calvet da Silveira
Lições de Ética Geral
Petrópolis
2001
Índice
Introdução
PRIMEIRA PARTE: Ética Geral
I. Fenomenologia do ato humano
II. A ordem moral
III. A consciência
Apêndices
Bibliografia
Introdução
Noções Preliminares
A Ética é a disciplina filosófica que estuda o comportamento (ou a ação) humano. Etimologicamente, vem do Grego h~*qoV (êthos), "costume", "índole"; e que, por sua vez, deriva do sânscrito suedh, "agir", "fazer sem se apropriar"; e de svedha, "lei". A ética é, pois, a ciência dos costumes ou da ação humana.
Assim, para uma definição mais precisa do conceito de Ética convém aprofundar, inicialmente os seguintes elementos:
1 Que se entende por ação humana;
2 Se a Ética é descritiva ou normativa do comportamento;
3 Se há diferença entre ética e moral.
Considerando o primeiro elemento, a ação pode ser considerada sob os seguintes aspectos:
- como efeito do agir, é o que os gregos entendiam por pravxiV, práxis, ou a ação que permanece no agente; é a base da ação moral; ou como efeito do fazer, toV poie~in (tò poiein), a poiésis, a ação transitiva, que termina fora do agente; é a técnica.
Assim, há uma clara diferença entre o que pode ser feito e o que deve ser praticado. Portanto, nem tudo que pode ser feito deve necessariamente ser praticado.
Objeções sobre a subjetividade da ética I. Argumento contra a normatividade da ética: A ética, enquanto disciplina filosófica, é constituída por proposições universais e analisa verdades universais. Logo, não pode reger os atos humanos, que são sempre concretos, singulares. Logo, não é normativa. II. Argumento contra a objetividade da ética: A moral, como norma prática do agir humano, é particular e varia de acordo com as épocas e as culturas. Logo, a ética não pode ser normativa.
Refutação das objeções É impossível que as