Apostila de artes
Dá-se o nome de auto-retrato, quando o retratista procura descrever o seu aspecto e o seu caráter, revelando o que captou da expressão mais profunda de si mesmo. O auto-retrato constitui um exercício que permite revelar traços do criador artista. No auto-retrato, o artista procura mostrar-se (ou descobrir-se) de uma forma mais nítida, mais verdadeira e intima e pode mesmo não gostar daquilo que vê, pode não aprovar, e, por isso, pode modificar a imagem que encontrou de si.
Muito usado na pintura, na literatura ou na escultura, o auto-retrato nem sempre representa a imagem real da pessoa, mas sim como o artista se vê: aceita e assume ou tenta mudar e isso depende de cada pessoa ou mesmo de cada momento.
Alguns artistas afirmam que existe sempre algum temor em cada auto-retrato, pintura, fotografia ou escultura. Teme-se a análise introspectiva, teme-se o conhecimento que ultrapasse a barreira da fantasia, que faça desmoronar um ideal.
Descrição objetiva – a reprodução da personagem em causa é fiel, isto é, os aspectos caracterizados são descritos de acordo com a realidade. Pelo contrário, numa descrição mais subjetiva, a personagem é descrita de acordo com a sensibilidade do observador, isto é, da maneira como este a vê e sente.
Perspectiva geral – a personagem é apresentada, globalmente, através dos seus traços dominantes. Em contrapartida, a personagem descrita numa perspectiva mais pormenorizada é apresentada a partir dos seus traços particulares distintivos, relativos ao aspecto físico, aos sentimentos e ao comportamento desta.
A caracterização de uma personagem pode ser feita numa perspectiva fixa e estática como se estivéssemos a ver uma fotografia ou, pelo contrário, numa perspectiva mais dinâmica como se estivéssemos a assistir a um filme. Estas duas perspectivas dependem da presença/ ausência de movimento. No caso do auto-retrato recriado através de uma imagem, o movimento é reconhecível, por exemplo, a partir dos gestos da personagem e,