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1- A NOÇÃO DE MOBILIDADE SOCIAL
A mobilidade social é uma mudança de posição social Essa mudança pode ocorrer durante a vida de um indivíduo ou em mais de uma geração; pode ser um facto biográfico isolado ou ocorrer, de forma padronizada, com um conjunto de indivíduos; pode representar uma melhoria ou um agravamento das condições de vida; pode envolver mobilidade geográfica ou decorrer sem mudança de residência; pode ser um facto fortuito ou uma realidade habitual das sociedades. Apesar da variedade de circunstâncias, a mobilidade implica, sempre, a mudança do lugar/posição/estatuto socioeconómico que anteriormente se ocupava.
A relação entre a análise da mobilidade e o estudo das desigualdades é imediata: apenas se poderá definir mobilidade depois de estar demarcado o conjunto das posições sociais existentes
A variabilidade existente entre os diferentes mapas de desigualdades sociais pode levar a que alguns movimentos sejam considerados, nuns contextos teóricos, como mobilidade, enquanto noutros são avaliados como permanência.
A mobilidade varia consoante nos situemos numa sociedade fechada ou numa sociedade aberta:
A ideia de sociedade fechada corresponde à noção de uma organização social baseada em clivagens muito intensas entre os grupos sociais. Nas sociedades compostas por grupos fechados, o nascimento de um indivíduo no seio de grupo marca a sua permanência futura nesse grupo, as culturas de cada grupo encontram-se fortemente isoladas umas das outras e as desigualdades apresentam-se mais “de direito” do que “de facto”. Neste tipo de sociedade a mobilidade é diminuta.
Inversamente, sociedades onde seja predominante a abertura dos diferentes grupos, onde as transições dos indivíduos entre grupos sejam frequentes, onde a cultura dos grupos tenham múltiplos pontos de contacto, onde as desigualdades se apresentam como “de facto” e não “de direito”, sendo, por isso, facilmente transformáveis, são sociedades onde a