Apontamentos acerca da ideologia da trabalho
CARMO, Paulo Sergio do. A ideologia do trabalho. São Paulo: Moderna, 1992.
A obra “A Ideologia do Trabalho” de autoria de Paulo Sergio do Carmo tem como intuito buscar a origem da atividade laboral, bem como entender o contextos do seu (des)prestígio no decorrer da história. Lançando mão de um grande lapso temporal o autor busca a evolução da atividade desde a antiguidade grega, até a atualidade que data a obra. Assim, no contexto da Grécia antiga, o trabalho era desenvolvido por escravos e pelos homens livre não-cidadãos, ficando a cargo das classes abastadas a “tarefa” de pensar, refletir e filosofar, “atividades” que prescindiam do ócio para serem desenvolvidas. Logo, para os gregos o trabalho era algo desprezível, uma tarefa que não carecia de intelecto para ser desenvolvida e, por isso, delegada às classes menos favorecidas (escravos e não-cidadãos). Já na Idade Média, compreendida entre os séculos V e XV da Era Cristã, o trabalho passou ser desempenhado pelo sistema de servidão, onde trabalho escravo e trabalho livre apareciam no mesmo contexto, mas com condições de desempenho diferentes. O tempo compreendido dentro destes dez séculos dividiu concepções da atividade laboral. Enquanto que para católicos o trabalho era forma de penitência e redenção divina, para os protestantes era uma maneira de acumular riquezas e servir a Deus. Mais adiante, com o advento do capitalismo, o produtivismo emergente inundou a classe dominante de uma revolta contra a insolência do trabalhador e o ócio por ele exercido. Assim, usaram a força para dominar a classe e obrigar o trabalho, visto que através deste é que a riqueza era obtida. Assim, nesse cenário surge o taylorismo, prática dada em função do nome do engenheiro norte-americano que introduziu na prática laboral as atividades cronometradas, a subdivisão de tarefas e a hierarquia empresarial para otimizar o desempenho dentro das empresas. Na década de 20,