Uso e dependência de drogas
André Henrique Scarafiz*1
Lúcia Cecília da Silva2
RESUMO
Trata-se de um estudo sobre a problemática da drogadição bastante recorrente na sociedade brasileira atual a partir de uma compreensão existencial. A escolha dessa perspectiva teórica se deu pela forma com a qual o existencialismo debruçasse sobre o homem como sujeito de sua própria vida, conferindo ao mesmo, responsabilidade de suas escolhas. Alguns conceitos existenciais como essência/existência, Em-si/Para-si e liberdade foram abordados segundo a orientação do filósofo Jean-Paul Sartre. As reflexões tendem para a compreensão de que a droga pode aparecer ao homem como forma de existir no mundo enquanto ser diante da impossibilidade de essência, vinculado ao ser da falta que é, norteando, dessa forma, seu projeto de ser-no-mundo. Essa impossibilidade influencia sobremaneira a escolha da droga como forma do existir humano, acrescidos de todas as contingências que envolvem a droga. Mesmo nessas circunstâncias, para o existencialismo sartreano este homem continua a ser responsável pela sua própria liberdade. Este estudo demonstra que na drogadição há a tendência à desrresponsabilização das escolhas do homem, quase sempre o levando a situações incompatíveis com seu projeto inicial de vida, todavia tal contradição poderia ser revista quando houver a aproximação ou reconhecimento de si mesmo mediante sua liberdade de ser-no-mundo, consequentemente seu sentido de vida.
O uso de drogas ilícitas se apresenta como um dos grandes problemas do nosso tempo. O acesso a essas substâncias é cada vez mais fácil aos diferentes grupos populacionais, sendo que seu uso e a dependência física e psicológica que elas provocam têm começado em faixas etárias cada vez menores. É um fenômeno de amplo alcance envolvendo e dizendo respeito a vários setores da vida social. Compreender o fenômeno não é tarefa fácil, porém necessária. E buscar