Apologia a socrates
Cerca de 399 a.C., Sócrates foi acusado pelo poeta Meleto, pelo político Ânito e por Lícon. De acordo com Diógenes Laércio a acusação foi a que se segue: "A seguinte acusação escreve e jura Meleto, filho de Meleto, do povoado de Piteo, contra Sócrates, filho de Sofronisco, do povoado de Alópece. Sócrates é culpado de não aceitar os deuses que são reconhecidos pelo Estado, de introduzir novos cultos, e, também, é culpado de corromper a juventude. Pena: a morte”.
Ânito era de grande influência, constituiu o elemento mais respeitável no desfecho do processo e dava a impressão de conhecer Sócrates. Tratava Meleto com seu subordinado, era um comerciante de couro nascido por volta de 150 a.C. e já havia exercido importantes cargos e magistraturas. Após ter sido exilado pelos Trinta Tiranos, regressou de File e tomou parte da expedição armada contra o governo dos tiranos. Após a restauração do regime democrático, tornou-se um dos mais eminentes cidadãos de Atenas.
A atuação de Ânito em Menôn, comprova sua relação com Sócrates, onde manifesta uma ameaça a ele: "Afigura-se-me, ó Sócrates, que com muita facilidade te dedicas à maledicência, e eu te aconselho, se quiseres me ouvir, que tenhas cuidado".
A esse respeito, Platão opinou que não foi por razões religiosas que Sócrates fora condenado, mas sim por questões políticas.
Uma coisa fica clara, o texto da sentença procura esconder suas verdadeiras causas.
Meleto era o oficial acusador. Existem muitas incertezas sobre quem era esse Meleto. Se tratava do personagem citado por Aristófanes? Não há como comprovar, pois é pouco provável que um jovem poeta tenha atraído a atenção de Aristófanes em torno de seis séculos posteriores. Além de que Sócrates apelava ao fato de que Meleto era um desconhecido.
Tal consideração de Sócrates podemos perceber quando, no Eutífron, vemos Sócrates se aproximar do Pórtico Rei, onde estava pregada a acusação de Meleto e, ao ser perguntado a respeito de quem o acusava,