Um dos notáveis acontecimentos da Antiguidade, em especial na História Grega, foi à realização do Julgamento de Sócrates, um pensador de seu tempo que conhecemos hoje através das atribuições feitas por seus discípulos, dentre eles Platão. Na época Sócrates foi acusado de corromper a juventude com suas ideias, de não crer nos deuses e de possuir ligação demoníaca. Argumentos refutados por ele em júri, embora condenado à morte em um julgamento visto como ilegal para a legislação vigente de seu tempo. A cidade-estado de Atenas estava vivendo um período dito democrático e bom economicamente, onde uma maior participação popular, inclusive, era evidenciada. De modo que tais condições favoreciam a quem tinha a melhor oralidade para expor seus argumentos nas Assembleias que determinavam o rumo político do local. Mostrou-se, então, o fundamental papel da boa argumentação e retórica realizada através da oratória. Por estar passando por um bom período econômico, Atenas atraiu muitos estrangeiros, dentre eles os Sofistas que tinham na educação dos jovens atenienses a sua fonte de renda. Além dos tradicionais e básicos conhecimentos, os sofistas também ensinavam oratória a um preço considerado alto. Sócrates também ensinava, contudo de maneira gratuita. Além disso, ao contrário dos Sofistas que defendiam uma verdade relativa, Sócrates defendia uma verdade universal, onde a ciência defendida por ele seria o conhecimento do homem, algo antropológico. A soma desses atos levou a sua impopularidade frente às pessoas poderosas que lhe teceram acusações que o levaram a julgamento. Em Defesa de Sócrates, que foi traduzido por Jaime Bruna do Texto de Platão, mostra o relato de como o réu, Sócrates, começou a sua defesa em júri. Onde, inclusive, foi observado um tom irônico em seu texto. Ironia trabalhada na intenção de instigar os homens a descobrirem que são ignorantes. Conforme observado em:
Não sei, Atenienses, que influência exerceram os meus acusadores em vosso espírito;