Apenas trabalhos
Claudio Sampaio pr. em São Francisco, MG
Era uma manhã fria de inverno. Hans, jovem soldado alemão, avançava com sua divisão em direção a Moscou. Durante a longa marcha através de caminhos cobertos de neve, seus pensamentos se concentraram em seu lar, sua igreja e seus irmãos na esperança. As gratas recordações do espírito fraternal que caracterizava a congregação da qual era membro, encheram o coração do jovem soldado de um sentimento de profunda nostalgia.
Hans alimentava a esperança de encontrar na Rússia – território inimigo – um irmão na jornada adventista, com quem pudesse partilhar o gozo de uma fé comum. Este desejo, entretanto, parecia demasiado remoto. Entre outros obstáculos que militavam contra as aspirações do soldado, estava a barreira do idioma.
Porém, um dia, ao entrarem em uma pequena vila, descobriram que os habitantes se preparavam para abandoná-la. Naquela área, era evidente, travar-se-iam encarniçados combates. Hans foi encarregado por seu superior de inspecionar as casas abandonadas. Em uma delas encontrou um alquebrado ancião, reunindo os últimos pertences que o acompanhariam em seu êxodo para um lugar mais seguro. A última coisa que colocou cuidadosamente em uma bolsa de couro foi um velho livro. Hans não ocultou o desejo de conhecer a espécie de livro que o velho camponês incluía em sua bagagem.
Ao descobrir que o livro era um exemplar das Escrituras, o soldado, com o indicador, apontou para a Bíblia e depois com gestos amistosos esforçou-se por comunicar seu profundo apreço pelo Sagrado Livro. O velho agricultor pareceu entender e ofereceu ao soldado a oportunidade de folhear o livro que ele tanto amava.
Seria aquele encanecido lavrador um adventista? Como poderia o soldado descobrir a filiação religiosa daquele homem? A barreira do idioma parecia intransponível. Uma idéia, entretanto, assaltou a mente do jovem militar. Abriu a Bíblia no livro de Apocalipse, cap. 14:6-12, e encontrou este texto