Análise - O sagrado e o Profano.
Mircea Eliade em sua obra mais significativa – O Sagrado e o Profano - trás à tona um dos assuntos mais polêmicos da humanidade, a religião. Eliade foi um escritor e historiador romeno formado em filosofia pela Universidade de Bucareste, sofreu influências renascentistas e foi adepto ao Fascismo, que possuiu uma vertente neopagã. Isso permite com que o autor aborde o tema de forma mais universal, englobando todas as religiões, permitindo assim, que o tema seja exposto levando em consideração não apenas uma única religião ou um único deus como base, mas sim as diversas religiões e os variados deuses que o homem criou. Especialmente no capítulo aqui analisado – capítulo II, O tempo Sagrado e os Mitos - o autor aborda o tema na perspectiva do tempo, e destrincha sobre o que é o mito e a sua importância para a vida humana.
No primeiro momento do texto, o autor problematiza a questão do tempo sagrado e do tempo profano. O primeiro separe-se do segundo, porque este pode ser ritualizado, tornando-se assim um tempo sempre presente, sempre que possível pode se fazer novamente através do rito. O tempo profano seria aquele que é efêmero, corriqueiro, o tempo profano é o tempo histórico dos homens. Essa visão sobre o tempo é o que distingue basicamente o homem religioso e o homem não-religioso, o primeiro vive sempre buscando se fazer contemporâneo ao ab orige – onde tudo se fez -. Já o homem não-religioso não busca a eternidade, vive-se o tempo presente, o tempo histórico, porém mesmo esse homem não-religioso reconhece que o tempo não é algo heterogêneo, pois há o tempo em que deve cumprir com as suas obrigações, portanto o tempo monótono, e o tempo onde se dá o lazer, as festividades. O homem vive em ritmos temporais diferentes.
Após discorrer sobre os diferentes tempos, o autor problematiza a seguinte questão “como esse comportamento sobre o tempo teve origem?”. Segundo o autor o homem consegue ver a manifestação do