Análise o que é Performance - O fim da arte

Ao se observar dois fatos recentes podemos deduzir que a performance é uma progressão natural da Arte Contemporânea. Em primeiro lugar, com a ruptura promovida por Marcel Duchamp, se admitiu como suporte para a Arte praticamente qualquer coisa. Em segundo, na sociedade atual, existe um culto ao corpo, nunca antes se olhou tanto para ele e nele tanto se modificou. Logo, não é de se estranhar que alguém decidiria utilizar o próprio corpo como suporte e expressão de sua Arte. Talvez tenha sido apenas uma questão de tempo.
Para Michael Archer (Arte Contemporânea, Martins Fontes, 2001, pg. X) “o significado de uma obra de Arte não estava necessariamente contido nela, mas às vezes emergia do contexto em que ela existia”. Esse é um fator importante para se considerar enquanto se aprecia a performance enquanto obra de Arte, uma vez que em muitos casos o significado da performance não estava nela em si, não estava no lugar onde ocorria ou no artista, no seu corpo, mas no contexto em que era criada. Como em uma onde Abramovic se senta numa cadeira e deixa outra em frente para que qualquer pessoa se sente em frete dela. O significado da obra não eram apenas duas cadeiras postas frente a outra.
“A ênfase na Arte começara a se deslocar do produto final para o processo de sua feitura, um reconhecimento da presença corporal do artista como fator crucial desse processo tornou-se quase inevitável” (ARCHER, Michael), desta maneira, na performance, o próprio processo artístico é parte da Arte e de seu significado, pois é na pessoa do próprio criador, a partir de seu corpo, que se cria a obra, e, embora a obra, como efêmera, finde ali, seu significado continua tangente após o fim da performance, por ser uma Arte na qual o espectador interage de forma ativa, ele ajuda a criar a obra e a leva embora consigo.
Theodor Adorno vai dizer que “Hoje aceitamos sem discussão, que em Arte, nada pode ser entendido sem discutir e, muito menos, sem pensar”. O significado da performance diferente