Nota de Leitura - Artes, Entretenimento e Turismo, Howard Hughes
Artes, Entretenimento e Turismo
Howard Hughes
No capítulo Turista das Artes, presente em “Artes, Entretenimento e Turismo”, Howard Hughes debate-se com a relação existente entre os domínios da cultura e do turismo desde o seu desenvolvimento, evidente no Grand Tour europeu – turismo antigo – motivado essencialmente por “razões culturais ou educacionais” (Hughes, 2005: 52). Do turismo antigo passou-se para o turismo de massas, que emergiu após o final da II Guerra Mundial, explicado pelo “enorme crescimento no número de norte-americanos e europeus que se tornaram turistas” (Hughes, 2005: 51), cuja principal motivação para a prática do turismo estava relacionada com sensações prazerosas e de relaxamento, com a fuga, sem um propósito propriamente educativo que o circunscrevesse. Este tipo de turismo era fundamentalmente um turismo balnear, de “sol e praia”. Numa primeira análise, deparamo-nos com a principal abordagem sobre a qual Hughes se debruça. Tem que ver com o turismo de motivação cultural, assente nas artes e no património, sendo este um dos setores da atividade turística com maior crescimento na Europa Ocidental, dado que “os turistas buscam novas experiências” (Hughes, 2005: 53). A título de exemplo, refere o caso do Reino Unido, cuja “principal forma de turismo de lazer (para visitantes estrangeiros) é o cultural, particularmente no que diz respeito ao património” (Hughes, 2005: 53). No seguimento do texto, o autor faz notar a complexidade que existe em definir o que é turismo cultural, todavia não deixa de o relacionar com várias atividades: i) turismo cultural “universal”; ii) turismo cultural “variado”; iii) turismo cultural “limitado”; e iv) turismo cultural “setorizado”, sendo que Hughes decide focar-se neste último, e essencialmente no que respeita às artes performativas.
No que concerne às artes performáticas, o autor começa por fazer uma abordagem histórica, concetual e cronológica dos conceitos