Análise: tiras Calvin e Haroldo
Priscila Magalhães Martins
Publicadas em mais de 2.400 jornais pelo mundo todo, as tirinhas do quadrinista norte-americano Bill Watterson – Calvin and Hobbes, começaram a ser exibidas nos periódicos no dia 18 de novembro de 1985 e mantiveram-se por pouco mais de uma década, quando em dezembro de 1995 o criador anunciou sua aposentadoria da série.
Calvin e Haroldo, como ficaram conhecidos no Brasil, o primeiro, o protagonista, um menino de seis anos irreverente e cheio de personalidade, teve seu nome inspirado no teólogo Calvino (1504-1564), um dos representantes das reformas eclesiásticas, o outro um tigre de pelúcia chamado Hobbes, a quem Calvin, com a ajuda da sua imaginação, da vida e elege como melhor amigo e confidente das suas aventuras, surge, a partir, do nome do matemático, teórico político e filósofo, o inglês Thomas Hobbes (15881679).
Debatendo dentro dos quadrinhos o cotidiano dos humanos e o jeito contraditório com que estes levam suas vidas, Calvin passa a questionar, com seu autêntico bom humor, o real sentido da existência. Assuntos como meio ambiente, política, família e a sociedade de forma geral, sempre foram temas recorrentes nas tirinhas de Watterson.
Desde o lançamento as tirinhas de Calvin e Haroldo vêm conquistando leitores, em novembro do ano passado completaram o vigésimo oitavo aniversário, e mesmo após dezenove anos da aposentadoria das tirinhas, o interesse dos leitores em apreciar a dupla de Watterson se manteve entre gerações. Isso se deve ao fato do autor ter conseguido de maneira sutil expor nos diálogos do menino tanto com seu tigre/amigo imaginário, quanto nas perguntas feitas à professora Dona Hermengarda – no original Miss
Wormwood, sem esquecer também dos protestos que Calvin lançava aos pais, discursos aparentemente simples, mas que carregam assuntos pertinentes
para uma reflexão maior, acerca, do contexto mundial, e de como as relações sociais vêm sendo