Análise sociológica A Cor Púrpura
O filme A cor púrpura, dirigido por Steven Spielberg e adaptado da obra homônima de Alice Walker, nos trás a história impressionante de uma mulher negra, Celie, e toda a sua trajetória de vida acompanhada de casos de dominação masculina. Primeiro, com o seu padrasto, que ela julgava ser seu pai e depois com o viúvo Albert, que foi seu marido durante décadas.
Para uma análise sociologicamente correta da trama, precisamos levar em conta fatores importantes. Por se passar no início do século XX, os valores retratados no filme são bem diferentes dos atuais, tendo a imagem da supremacia no homem, branco, rico e com o padrão estético aceitável pela sociedade. Enquanto o nível mais baixo seria ocupado pela mulher, negra, pobre e feia; Todas essas características de inferioridade formavam a protagonista, Celie. E ao questionarmos por que há a aceitação por parte da população a esses conceitos considerados tão absurdos atualmente, Émile Durkheim1 responde: “O padrão de vida mínimo abaixo do qual não consentimos em descer, varia infinitamente, segundo as condições, o meio e o tempo. O que, ontem, achávamos suficiente, hoje parece abaixo da dignidade humana.”
“Ora, os costumes e as idéias que determinam esse tipo não fomos nós, individualmente, que os fizemos. São os produtos da vida em comum e exprimem as suas necessidades. Todo o passado da humanidade contribui para estabelecer esse conjunto de princípios que dirigem a educação de hoje; Toda nossa história aí deixou traços, como também o deixou a história dos povos que nos precederam.” Esse outro trecho de Durkheim explica que as mulheres da trama, em sua maioria, aceitam a submissão por terem aprendido isso com seus antepassados. Poucas foram as pessoas que conseguiram se libertar e ver a sociedade de outra forma, idealizando a igualdade, como no caso de Nettie, irmã mais nova de Celie e Sofia, amiga de Celie. Nettie é o exemplo principal de libertação, pelo fato de ter