Análise sobre o trabalho de campo
O presente texto busca explicitar como deve ser conduzido o trabalho de campo dentro da pesquisa qualitativa, sempre respeitando os postulados fundamentais desta, como a valorização da singularidade, a importância do contexto, a utilização da teoria e da empiria para construção do conhecimento e da importância do diálogo.
O primeiro aspecto a ser retratado no trabalho de campo diz respeito ao fato de que a maioria das pesquisas trabalha com entrevistas e para isso é necessário selecionar um grupo de sujeitos que possa participar e contribuir significativamente para o trabalho. Isto nem sempre é tarefa fácil, por isso é preciso que o pesquisador se utilize de determinados critérios para selecionar seus sujeitos, deve consultar pessoas especializadas na área, pedir indicações, selecionar as principais características que devem estar presentes no entrevistado, criando assim um banco de dados com participantes que atendam a determinadas demandas e com isso possam ser chamados para participar da pesquisa.
Após a disponibilidade deste banco de dados surge o problema de quantos candidatos devem ser entrevistados para que se possa reunir uma quantidade suficiente de informações, este número não é fixo e pode ser alterado dependendo da quantidade de informações e da quantidade de problemáticas novas que os entrevistados trazem, o número poderá ser considerado razoável quando for possível, através da interpretação, identificar determinadas características e práticas comuns que respondam em parte ou totalmente a problemática.
Quando já é possível identificar padrões simbólicos, práticas, sistemas classificatórios, categorias de análise da realidade e visões de mundo do universo em questão, e as recorrências atingem o que se convencionou chamar de ‘’ponto de saturação’’, dá-se por finalizado o trabalho de campo, sabendo que se pode voltar para os esclarecimentos (DUARTE, 2002, p. 144)
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