Comportamento organizacional
O campo do comportamento organizacional foi concebido na década de sessenta por pesquisadores britânicos como disciplina emergente e quase independente, que se apoiaria e a outras disciplinas já estabelecidas como Psicologia, Sociologia e Economia, devendo constituir uma área de teorização e pesquisa em que as atividades organizacionais seriam o objeto de estudo e não um contexto para onde conhecimentos seriam simplesmente transferidos e aplicados. O presente texto apresenta uma síntese da evolução do comportamento organizacional, tendo como ênfase o impacto que a estruturação do campo em níveis de análises, a sua riqueza teórica e a ausência de normalização pode ter sobre as medidas das variáveis. Questões referentes às medidas são também analisadas quanto à representação teórica dos conceitos através de itens, precisão das escalas, validade discriminante entre medidas de conceitos correlatos, bem como quanto à sintonia entre as medidas e a evolução da dinâmica organizacional face às constantes e aceleradas mudanças presentes nas organizações. Introdução
A partir do reconhecimento de sua existência, estipulada para a década de sessenta por pesquisado- res. ingleses, o campo do comportamento organizacional (CO) recebeu diversas conceituações e teve sua evolução marcada por diferentes tentativas de determinar os níveis de sua estrutura, as variáveis que compunham os temas de seu interesse, bem como as disciplinas que ofereciam contribuições à compreensão dos temas que lhe fosse atribuído.
Durante quatro décadas de existência o CO foi adquirindo solidez, seja através das diversas publicações que procuravam divulgar nos meios científicos e acadêmicos as suas bases teóricas, seja porque passou a ser utilizado como referencial em cujo bojo aninharam-se proposições teóricas e pesquisas sobre as atividades organizacionais. Nota-se que o processo de solidificação do CO teve como fator contribuinte o deslocamento, para o âmbito de seu interesse, de temas