Análise sobre os movimentos de resistência de guerrilha no contexto do Regime Militar no Brasil (1964-1985)
Introdução
Em 1964, houve um golpe militar no Brasil. O então presidente João
Goulart foi deposto e instalou-se uma junta que logo foi substituída pelo primeiro presidente do regime: Castelo Branco. Foi o início de um dos períodos mais repressivos e violentos da história política brasileira, que se estendeu até 1985.
Como resposta à repressão surgiram diversos movimentos, entre eles o movimento de resistência armada ou resistência de guerrilha. Com maior visibilidade e representatividade no cenário urbano, os principais grupos expoentes deste movimento foram, entre outros, a Ação Libertadora Nacional
(ALN) e o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8). Um dos principais organizadores e representantes da resistência contra o regime militar foi Carlos
Marighella, que chegou a ser considerado o inimigo "número um" no regime militar. A maior parte dos grupos de resistência possuía uma orientação política de esquerda ou extrema-esquerda. Em 1968, a população já era amplamente contrária à ditadura. Os participantes da resistência armada acreditavam que o
Brasil estava caminhando para uma guerra revolucionária. Dado o grau de insatisfação com o regime, a desigualdade e a miséria, pensava-se que um processo de luta armada no campo e na cidade aglutinaria cada vez mais gente.
E que, a longo prazo, constituiriam um exército popular que poderia fazer a revolução. A história mostrou que essa perspectiva estava incorreta, porém, os movimentos tiveram um grande papel na história do Brasil.
Carlos Marighella
“O guerrilheiro urbano é um homem que luta contra uma ditadura militar com armas, utilizando métodos não convencionais. Um revolucionário político e um patriota ardente, ele é um lutador pela libertação de seu país, um amigo de sua gente e da liberdade.”
MARIGHELLA, Carlos. - Mini-manual do Guerrilheiro Urbano, 1969