Análise retrato de dorian gray
O retrato de Dorian Gray é o único romance do autor irlandês Oscar Wilde que tem como característica seu excelente censo crítico e estético, além de vários escândalos em sua vida pessoal, sua excentricidade e, por fim, sua forte opinião. Abaixo está um trecho de uma carta que Oscar Wilde enviou para o editor do Scots Observer sobre o livro O retrato de Dorian Gray, como resposta as críticas que recebeu:
“Sir, o senhor publicou uma crítica de meu romance O retrato de Dorian Gray: Como tal critica foi grosseiramente injusta para comigo como artista, eu lhe peço que me permita exercitar em suas colunas meu direito de resposta. (...)A crítica, Sir,(...) ainda sugere, e aparentemente com seriedade, que eu o teria escrito para que pudesse ser lido pelos mais depravados membros das classes criminosas e iletradas. Bem, sir, eu não suponho que as classes criminosas e iletradas leiam coisa alguma a não ser jornais.(...) Então, deixe-as de lado e permita-me dizer algo sobre a questão principal do porquê de um homem de letras escrever, afinal. O prazer de alguém criar uma obra de arte é puramente pessoal e é justamente por causa desse prazer que há a criação. O artista trabalha com o olho no objeto.(...) Eu escrevo porque isso me dá o maior prazer artístico possível. Se o meu trabalho agrada a poucos, fico satisfeito.
Portanto, Sir, sua crítica comete o absoluto e imperdoável crime de tentar confundir o artista com seu tema. (...). Keats, uma das maiores figuras da literatura desde a Grécia antiga, observou que tinha muito mais prazer em conceber o mal do que o bem. De volta à sua crítica, sir, considere o propósito de se fazer uma apurada apreciação de Keats, pois é sob tal condição que todo artista trabalha.(...) Sua crítica sugere que não deixo suficientemente claro se prefiro a virtude à iniquidade ou a iniquidade à virtude. Um artista, Sir, não tem quaisquer simpatias éticas. Virtude e iniquidade são para ele simplesmente o que são as cores