Análise poemas cecília meireles
Romance VII ou Do Negro Nas Catas
Já se ouve cantar o negro,mas inda vem longe o dia.Será pela estrela d’alva,com seus raios de alegria?Será por algum diamantea arder, na aurora tão fria?Já se ouve cantar o negro,pela agreste imensidão.Seus donos estão dormindo:quem sabe o que sonharão!Mas os feitores espiam,de olhos pregados no chão.Já se ouve cantar o negro.Que saudade, pela serra!Os corpos, naquelas águas,- as almas, por longe terra.Em cada vida de escravo,que surda, perdida guerra!Já se ouve cantar o negro.Por onde se encontrarãoessas estrelas sem jaçaque livram da escravidão,pedras que, melhor que os homens,trazem luz no coração?Já se ouve cantar o negro.Chora neblina, a alvorada.Pedra miúda não vale:liberdade é pedra grada…(A terra toda mexida,a água toda revirada…Deus do céu, como é possívelpenar tanto e não ter nada!)
1ª Estrofe
O negro representa uma pessoa qualquer que almeja sua liberdade (representada pelo dia) e que se pergunta qual seria o sabor dessa liberdade. Ele pergunta se a liberdade é acolhedora como as manhãs ou fria como a noite.
2ª Estrofe
Podemos perceber que a pessoa está no meio de uma imensidão seca, sem vida. E que os senhores, ou seja, o poder público ou tudo aquilo que prende o homem, descansa tranquilo e ninguém jamais saberá o que estes sonham, ou seja, os seus objetivos para o povo. Os feitores podem ser a mídia que monitora todos os movimentos que possam ser feitos.
3ª Estrofe
O eu lírico sente nostalgia da liberdade que possuía na infância. Ele cita pessoas que tiveram seus sonhos destruídos e que tornaram-se 'vazias', desperançosas. No final, ele percebe que a cada pessoa que esquece seus sonhos e ideais, uma guerra pela liberdade é perdida.
4ª Estrofe
As estrelas e pedras representam os obstáculos que aparecem no caminho de cada pessoa pela libertação. É como se ele percebesse que a liberdade não é assim tão doce, que trás responsabilidades e consequências, que o faz notar que talvez o