Análise literária do livro macunaíma
A sociedade brasileira no tempo em que surgiu Macunaíma precisava passar por algumas mudanças. Havia muitas fábricas (principalmente em São Paulo), grandes aglomerados urbanos, com a população de quase 1 milhão de habitantes, o comercio e a indústria se desenvolviam facilmente, as mulheres fumavam, iam aonde queriam. Mário de Andrade conta que escreveu Macunaíma em seis dias, deitado, bem à maneira de seu herói, em uma rede na “Chácara de Sapucaia”, é uma obra inspirado no folclore e mitos indígenas brasileiros utilizando a linguagem popular e oral, de várias regiões do país. Mário de Andrade mistura o maravilhoso e o sobre-humano ao retratar as façanhas de um herói que não apresenta rigorosos referenciais espaços temporais. Macunaíma é o representante de todas as épocas e de todos os espaços brasileiros. Macunaíma, que leva o subtítulo de "herói sem nenhum caráter", é também o nome do personagem central, um herói ameríndio que trai e é traído, que é preguiçoso, indolente, mas esperto e matreiro, individualista e dúbio.
1. ENREDO:
Macunaíma, índio tapanhuma, era o filho mais novo de uma família (a mãe e os irmãos Maanape e Jiguê) que vivia nas margens do rio Uraricoera, na Amazônia. Preguiçoso, manhoso, matreiro e mentiroso, desde pequeno não deixa de arranjar encrenca com os irmãos, principalmente com Jiguê, de quem sempre levava as esposas para "brincar". Com a morte da mãe, os irmãos resolvem sair pelo mundo, que sempre se mostra mágico e cheio de personagens míticos.
Macunaíma encontra Ci, a mãe do mato, e a toma como esposa, tornando-se o Imperador do Mato Virgem. Depois de perderem um filho, Ci morre e lhe dá uma pedra verde que serve de amuleto: o muiraquitã. Num confronto entre os irmãos e um monstro chamado de Boiúna Capei (que logo se torna a rechonchuda lua), Macunaíma perde o seu amuleto. Sabe, por intermédio de um pássaro, que a tal pedra foi engolida por uma