Análise Jardim Gramacho

No documentário “Lixo Extraordinário” o artista plástico brasileiro Vik Muniz, que nasceu na classe média baixa paulistana e hoje é um dos maiores expoentes das artes visuais no mundo trabalhando com colagens e montagens de materiais diversos para formar retratos, chama a atenção para os problemas ambiental do lixo e social das condições de trabalho dos catadores de Gramacho, mostra a vida dos catadores, transformando em arte onde todos veem apenas lixo, uma sociedade descriminada e abandonada.
O aterro Jardim Gramacho, situado em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, onde vivem pessoas que dependem do lixo para sua sobrevivência, serviu como inspiração e material para o trabalho de Vik, onde trata da questão da utilização do lixo como arte e também para atuar na questão da sobrevivência dos catadores que trabalham com materiais recicláveis.
O artista gravou seu documentário durante dois anos para poder observar mais de perto a situação dos catadores, contando com a participação da comunidade para dar vida a sua obra. Os participantes do documentário aceitaram trabalhar com Vik, mesmo sem saberem ao certo de que estavam participando trouxeram suas experiências e o resultado dessa troca de vivências proporcionou uma mudança na visão desses catadores, que tinham orgulho em serem catadores, mas agora viam que poderiam mudar sua situação. Este documentário retrata uma realidade que pode ser modificada através da responsabilidade social e do próprio desenvolvimento do entendimento que a comunidade adquiriu.
As histórias individuais e coletivas se misturam entre a forma comum de encarar o aterro, seja como o lugar de onde tira seu sustento, seja com a condição de ser um catador, um individuo que vive a margem da sociedade, e que ainda assim são seres com dignidade e força de vontade, pessoas que mesmo em meio a tanto lixo encontram razões para serem felizes, e sabem o valor de seu trabalho, mesmo esse sendo descriminado e marginalizado, não tendo suporte a questões