resenha

OLHARES PLURAIS - Resenhas

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RESENHA CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO
“LIXO EXTRAORDINÁRIO”
Vivianny Kelly Galvão1

O documentário "Lixo Extraordinário" trabalha com muitos objetos comuns – ou até mesmo íntimos – aos estudantes de Direito (consumo, ausência estatal, políticas públicas, lixo, meio ambiente etc.). Por essa razão, comentar Waste Land desafia o diletantismo dos ocupados com a realização dos direitos humanos. Assim, a resenha não tem o objetivo de volver às conhecidas críticas contra as questionáveis decisões políticas em matéria ambiental.
Não se busca a visão estatal sobre o lixo, sim a visão artística documentada que desconstrói o próprio conceito de lixo.
Dirigido por Lucy Walker, o documentário teve indicação ao Oscar em 2010 e angariou prêmios e participações em festivais nacionais e internacionais (por exemplo:
Sundance – Janeiro de 2010). A obra retrata o projeto do artista plástico brasileiro Vik Muniz em Jardim Gramacho, bairro do município de Duque de Caxias/RJ, lugar onde funciona o maior aterro sanitário da América Latina, classificação alcançada pelas 7.000t de materiais recebidos diariamente. O aterro possui 1,3 milhões de m2 e está situado às margens da Baia da
Guanabara.
Apesar do anúncio de encerramento das atividades do aterro, o Estado (Leia-se:
Governo Federal, estado do Rio de Janeiro e cidade de Duque de Caxias) ainda não encontrou um consenso com os representantes dos catadores de material reciclável de Jardim Gramacho.
Discutem-se ações voltadas à inclusão social, além dos impasses próprios de uma negociação entre governo e uma parcela da população, que se percebe marginalizada. A questão, longe de uma solução, se acende ainda mais diante da notícia da remessa de escombros dos três prédios que caíram no centro do Rio de Janeiro, em janeiro de 2012, para o Jardim Gramacho2, revelando que o aterro continua ativo.
Voltando ao filme, a história documentada começa com o desejo de Vik Muniz de sair do espaço