Análise emocional e formal de Exposições artísticas.
1- Concerto: intercontemporaneidade. edificio antigo renovado intemporalidade artistico
A primeira coisa da qual me apercei, e o concerto nem sequer tinha começado, foi dos olhares. Toda a gente a seguir-me com os olhos. Eu não encaixava naquele meio. Não era só eu, seria qualquer indivíduo comum da minha faixa etária. Exepto eu e uma amiga, as pessoas que tinham ido ver o concerto pertenciam a uma classe alta, e de idades avançadas.
Houve um momento de choque geral por entre o oúblico no decorrer do concerto. A asperidade típica da linguagem utilizada não só pela interpretadora mas também pela peça criava todo um leque de sensações.
Inicialmente não parecia música. Atonalidades umas atrás de outras causavam desconforto. A ansiedade começou a instalar-se por entre o público que se remexia nas cadeiras, entre o desconfortável e o desagradado. Pouco tempo depois pequenos sistemas começaram a aparecer através de longas linhas melódicas que sós não faziam sentido mas que se entranhavam umas nas outras desenhando uma paisagem.
A alienação veio asseguir. Ninguém se mexia, já não existia pianista ou edifício ou sequer juízos de valor. Era a imobilidade total. Dei por mim a divagar acerca de coisas inimagináveis. Pensei em como a peça era um fluxo constante que se assemelhava demasiado à sociedade contemporânea com os seus matizes que primeiro estranham e depois se entranham. A forma como todos os processos crescem e se desenvolvem à nossa volta, os academismos, as irreverências, as políticas e os anarquismos, a liberdade de expressão e o medo geral da população de dizer aquilo que não é ético, moral ou bem visto.
Assim de repente a primeira peça tinha terminado e eu despertei. Os meus olhos focaram, a minha boca estava seca e atrás de mim alguém tossiu. Este sistema de sensações pareceu repetir-se nas seguintes obras apresentadas.
Porque nos dias que correm somos desde novos habituados a ouvir músicas (eruditas ou não) tonais, que para o