Análise Do Poema Os Sapos

704 palavras 3 páginas
No início da Semana da Arte Moderna, um grupo de artistas que sentiam a necessidade de abandonar os antigos valores clássicos, sobretudo, a estética antiga confrontaram os valores parnasianos que se fundamentavam na valorização da estética e da perfeição. A proposta deste grupo de artista era dar liberdade aos poetas, escultores, pintores e músicos, a fim de que arte brasileira não buscasse modelos estrangeiros, mas sim, valorizasse a própria cultura brasileira. Além disso, a Semana da Arte Moderna propunha o esclarecimento da identidade nacional, bem como, o reconhecimento da liberdade de expressão.
Com o intuito de provocar o estilo parnasiano, na época a escola literária que fazia o gosto dos brasileiros, é feita a leitura do poema de Manuel Bandeira que obviamente foi criticada ferrenhamente pelo público. O texto inicia-se com uma referência do poeta à vaidade dos parnasianos quando cita a palavra “enfunando” que tem o mesmo sentido de “encher-se”, “inflar-se”, no entanto, neste texto o significado mais cabível seria o “enfunar-se” de orgulho, de vaidade.
Ao longo do poema, o eu-lírico constrói a crítica ao parnasiano e a sua estética,
” Diz: – Meu cancioneiro
É bem martelado. “
E ironiza o modo perfeito de se fazer arte.
“Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.”
No trecho acima o poeta faz um zombaria com o primor que os parnasianos têm em compor rimas, inclusive, em rimar termos cognatos, ou seja, termos que possuem a mesma classe gramatical já que para o parnasiano rimar termos cognatos não é sinônimo de sofisticação, pois as rimas não são consideradas ricas. Além de ressaltar a estética parnasiana de forma sarcástica,
“Vai por cinqüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.”
Manuel Bandeira também faz uma alusão irônica aos poemas que valorizam a descrição dos objetos e da escultura clássica.
“Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.

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