Análise do filme "o ano passado em marienbad"
“O ANO PASSADO EM MARIENBAD” (ALAIN RESNAIS)
Trecho selecionado:
Seqüência das estátuas em Frederiksbad
A seqüência começa com o narrador contando sobre um jardim deserto, porém as imagens que aparecem são de um corredor longo, com a composição de um plano simétrico que utiliza bastante o equilíbrio da perspectiva. As imagens não coincidem com a narração, o que causa uma certa estranheza ao espectador, porém ao mesmo tempo cria suspense e desperta curiosidade do mesmo, tornando o filme interessante.
O plano do corredor se encerra e o narrador continua dizendo coisas que não coincidem com as imagens, ele fala como se conversara com a mulher que aparece no novo plano, ele a questiona, porém a câmera corre por um salão, onde a mulher em questão está sentada e calada, novamente há um sentimento de estranheza e curiosidade.
A narração é mais incisiva e descreve a mulher com detalhes, fala do comportamento dela, características físicas e hábitos, o que torna o filme envolvente, mesmo que a narração continue não fazendo parte da imagem. O jogo entre narração e imagem é constante, a atmosfera de sonho ou surrealismo é muito forte.
O começo do próximo plano mostra a câmera deslocando-se sobre um jardim, neste momento a narração começa a conciliar-se com a imagem, o narrador descreve exatamente o que está ocorrendo naquele momento e ao contrário de parecer algo repetitivo, a seqüência vai ficando mais rica em detalhes, é como se a mulher estivesse ouvindo a narração e fazendo exatamente o que o narrador quer, é uma metalinguagem do cinema, pois lembra um diretor dirigindo sua atriz. No meio da narração o narrador volta a citar fatos que não ocorrem mais naquele plano, a câmera continua a deslocar-se pelo espaço e mostra a mulher de corpo inteiro, como se pousara para uma fotografia. O narrador começa a descrever uma suposta conversa que ele e a mulher tiveram sobre o significado da estátua de um casal que