O Ano Passado em Marienbad leitura semiótica
A narrativa apresenta personagens conhecidos apenas como X, A e M, e em sua estrutura, X tem como objetivo tentar fazer com que A lembre-se se um encontro anterior dos dois, e que teriam combinado o reencontro. A por sua vez nega veementemente, e seu aparente marido, M, intervém pontualmente no diálogo entre os dois citados anteriormente. O filme foi dirigido por Alain Resnais e não obedece à clássica estrutura de começo, meio e fim.
2. INTRODUÇÃO Foi escolhida a Sintaxe Discursiva como forma de análise para melhor discutir o discurso projetado, visando qual o efeito de sentido desejado pelo sujeito da enunciação. A discursivização é formada por um conjunto de procedimentos, divididos entre desembreagem e embreagem. Para a desembreagem são colocados para fora o eu, o aqui e o agora, que passam a ser o simulacro e referencializações da enunciação, determinando, assim, a representação actancial, espacial e temporal. A representação temporal do filme é inteiramente não delineada. Apesar do detalhe do título (Ano Passado...), o próprio passado é lidado de uma forma que se encaixa fortemente no presente, em uma fusão com a memória dos personagens, que podem ou não ter acontecido. Essas memórias mesclam-se com o presente até se tornar praticamente parte dele, e como resultado é transmitida ao espectador, o enunciatário, uma grande dúvida, deixando-o sem saber se o acabou de ver faz parte do passado ou do presente.
A e X
X e M, em um jogo com cartas
Essa sensação pode ser explicada pelo efeito sempre de ação que ocorre no cinema. E diferentemente da linguagem literária, suas ações passadas dificilmente convencem sem a ajuda de algum elemento externo, como passagens de tempo, calendários,