Análise do filme um sonho de liberdade
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Para Foucault, a prisão é uma criação, ou seja, é na verdade, uma inovação de punição aperfeiçoada pela razão já que segundo ele, a mesma foi instituída com o intuito de aparelhar uma formação de indivíduos mais afetivos e aproveitáveis na sociedade. Esse mesmo instrumento de punição, que também é uma instituição de sequestro, é contemplado no filme “Um sonho de liberdade”. No filme, percebe-se que a prisão, como afirmava Foucault, é contraditória. Essa instituição de sequestro, que é reflexo da sociedade moderna, apresenta um efeito punitivo maior do que o reeducativo. O que pode ser observado no momento em que um dos personagens consegue sua liberdade após permanecer 50 anos na prisão; ele, no entanto, não obteve êxito durante seu processo de readaptação ao modo de vida externo e à sociedade, terminando por atentar contra a própria vida. Baseando-se no filme e nas abordagens de Foucault, verifica-se que a prisão funciona como uma espécie de sequestro do indivíduo, que, na realidade, não tem possibilidade de êxito no retorno à sociedade. O que leva a considerar as formas de manutenção dessa instituição se mantém se ela não consegue atingir o seu fim maior que é a reintegração do indivíduo à sociedade? Segundo Foucault, e pela análise do filme, a prisão se mantém porque ela é legitimada pela sociedade moderna, que precisa de uma instituição para punir os indivíduos infratores da lei. Dentre outras temáticas existentes dentro do filme e que se mostram fortemente enraigadas no viés da obra de Foucault são as relações de poder a serem concebidas enquanto relação e não enquanto propriedade, além de serem também, responsáveis pela manutenção da ordem dentro dos limites da prisão. Nesse sentido, pode-se verificar, ainda, que no universo das relações, segundo Foucault, o poder e o saber estão interligados, pois de acordo com ele , a prisão: É o local onde o poder de punir, que não ousa mais se