Análise do filme "tempo de matar"
Toda essa certeza foi construída pelo fato de seu país ser culturalmente racista e que questões ligadas a contextos raciais eram diretamente vistos pela ótica da classe dominante, neste caso a raça branca. Assim, como poderia um homem pobre e, sobretudo negro, requerer seus direitos se à luz da justiça ele não era tratado de forma imparcial.
Dentre os assuntos mais relevantes no contexto apresentado no filme, a questão sobre a divisão de raças é o tema que permeia toda a obra. A trama se passa numa pequena cidade do estado americano do Mississipi, uma região dos Estados Unidos que historicamente teve uma ideologia sobre divisões de raças e que apoiava a escravidão por acreditar que os brancos eram uma raça superior. Isto gerou até a separação de estados do sul dos Estados Unidos que criaram um país independente, mas não reconhecido, chamados “Estados Confederados da América” (permaneceu separado da União estadunidense de 1861 a 1865) que tinham como principal defesa a luta pelos interesses da classe branca contra medidas que beneficiavam os negros e a luta incansável contra a abolição da escravidão. A bandeira deste “país” pode ser vista na picape que os dois jovens agressores usavam na trama, não apenas para a “decoração”