Análise do documentário "Dançando com o Diabo"
Cidades como Rio de Janeiro vêm crescendo de maneira desorganizada apenas agravando problemas de moradia já existentes. A população mais desfavorecida é empurrada para as favelas, onde ficam à mercê de traficantes e chefes do morro. O caminho da criminalidade parece impossível de escapar, então a cada dia várias pessoas entram neste negócio que movimenta muito dinheiro. Mas por outro lado, a vida de quem participa do tráfico não é longa. A ameaça da morte pairando sobre todos não afeta o crescente número de pessoas envolvidas, mas abre portas para que igrejas pragmáticas entrem em suas vidas.
O papel da religião nestas regiões torna-se cada vez mais importante. Sem esperanças de uma longa vida, estas vítimas do tráfico apelam para a santidade da igreja para que no céu tenham as oportunidades que não tiveram em terra. São religiões que vêm crescendo no Brasil. Como Jean Claude Chesnais disse em seu artigo A Violência no Brasil (1999) “Essas seitas prometem a salvação e o paraíso aos ex-católicos dispersos e mal integrados na vida urbana; oferecem uma mensagem de sonho e misticismo, paralela a um temor pelo apocalipse próximo.”. Isto pode ser observado em uma cena do documentário aonde o pastor Dione mostra imagens durante o culto de corpos e pessoas feridas vítimas da violência causada pelo tráfico.
Mas ao mesmo tempo em que essas seitas mostram os perigos do tráfico e quão errado isto é segundo a palavra de Deus, eles agem mais como elo apaziguador do que com a finalidade de exterminar o ato. Pastores são membros importantes dessas comunidades,