Análise do Discurso Crítica

Este trabalho está embasado na Análise de Discurso Crítica, do lingüística britânico Norman Fairclough, onde também faremos uma pequena comparação entre a Análise do Discurso Britânica e a Análise do Discurso Francesa. Antes é necessário ressaltarmos a importância da linguagem como discurso, que ganhou tal relevância a partir da primeira publicação do lingüista estruturalista americano Zellig Harris com título de Análise do Discurso. Harris pretendia investigar as estruturas lingüísticas superiores à frase. O trabalho de Harris foi lido na França no final da década de 1960, despertando interesse não apenas pela novidade do título, mas também pela idéia de tomar o texto como unidade de análise. A análise do discurso funcionou sobre a dicotomia enunciado/enunciação, atribuindo ao método distribucional proposto por Harris para abordar o discurso para além do limite da frase, a tarefa de dar conta do enunciado. Cabe aqui, citarmos o conceito de enunciado de Mikhail Bakhin “elo da cadeia muito complexa de outros enunciados”. O enunciado se caracteriza por ser uma unidade não convencional mas real, delimitada pela alternância dos sujeitos falantes, terminando pela transferência da palavra ao outro. Já a enunciação está ligada à “cena comunicativa” e ao “contexto situacional”, ou seja, à situação imediata de fala.
Consideram-se aqui o lugar, o tempo, os sujeitos e o contrato entre eles, os atos de fala. Mas essa dimensão apresenta aspectos controvertidos para a análise de discurso francesa, uma vez que lida com conceitos derivados da pragmática. O problema principal repousa na maneira como a pragmática define o sujeito, considerando unicamente a situação imediata de fala. Ao contrário, a análise de discurso francesa, enfatiza o sujeito numa rede de lugares constituídos pelo contexto sociohistórico. Desde o início, a análise de discurso francesa se situou no centro de preocupações de ordem histórica e teórica. A escola francesa, dedicou-se à análise do papel da