Análise do conto "A terceira Margem do Rio" de Guimarães Rosa
O conto “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa, é uma história narrada por um rapaz que vê seu pai, repentinamente, abandonar sua família. Em uma canoa no rio próximo à sua casa, seu pai passa a viver sozinho, sem pisar em terra firme, evitando qualquer contato com outras pessoas. Toda a família, inicialmente perturbada com o episódio, tenta, de diversas maneiras, fazê-lo voltar ao chão, como quando levaram a neta dele que acabara de nascer ao rio, e sem êxito em todas as tentativas.
A família, com o tempo, vai se acostumando à ausência do pai. Mudam-se de onde moravam e a irmã casa-se e vai embora, levando consigo a mãe. Apenas o narrador continua em casa. Sua vida se tornou solitária e sem sentido. Sempre andava atordoado pensando no motivo da atitude do pai, como se vivesse apenas para descobrir por que ele fizera aquilo.
Um dia, vai ao rio e espera ter alguma visão do pai. Ao vê-lo, grita por ele e propõe que ele saia daquela canoa, assim, tomaria o seu lugar e passaria a vida remando no imenso rio. O pai finalmente direciona o barco à margem. O filho, ao perceber que não conseguiria ficar o resto de sua vida flutuando nas águas isolado, desiste da proposta e foge. Depois disso, nunca mais ouve falar do homem.
O enredo gira em torno da família do personagem principal, que é formada pelo seu irmão – que é apenas mencionado na história –, sua irmã – que casa-se e tem um filho –, sua mãe – que estava no comando da casa – e seu pai. Percebe-se que o ele é muito apegado sentimentalmente ao seu pai, que por sua vez, se mostra um homem fechado.
A narrativa é contada pelo personagem principal. Logo, o narrador-personagem é considerado intruso, já que forma opiniões sobre os acontecimentos.
O desenvolvimento da narrativa dá-se predominantemente em um rio, que é bem destacado e caracterizado como “grande, fundo, calado que sempre. Largo, de não se poder ver a forma da outra beira”, e na fazenda onde vive a