Análise do Conto A Morte e o Rei, de Marina Colasanti
“- Vim buscar-vos, Senhor – disse sem rodeios. - Não contestaria chamado tão definitivo, sem boa razão – respondeu o monarca, com igual precisão. – Peço-lhe, porém, que não partamos já.” (Pág. 9)
“– Senhor – disse a Intransponível depois de recolher a sua carga – já esperei mais do que devia. - Esperou, é certo. Mas foi bem recompensada – respondeu o Rei. – Mandarei selar o meu cavalo, como me pede. E partiremos. Porém não para seguir o seu caminho.” (Pág.11)
“Galopava o cavalo. As nuvens abriram-se por um instante, a luz da Lua mordeu o pescoço do animal. Só então o Rei viu que o cavalo era mais negro que a escuridão. E que seus cascos incandescentes queimavam a grama ao passar, desfazendo as pedras em centelhas. (Pág. 12) O aspecto da exploração é exposto no conto por meio dos episódios em que o rei se aproveita da presença da morte para obter benefício próprio (ganhar guerras, ter prestígio em torneios, e matar os conspiradores), além de, por meio desses episódios, distrair a mesma. O que é recorrente nos trechos a seguir:
“- Realiza-se amanhã um torneio nos jardins do castelo. E tenho certeza de que sua presença dará outro valor à disputa.” (Pág. 9)
“- Informantes acabam de me revelar que um grupo de conspiradores está pronto para