Análise do conto "Corpo Fechado" de João Guimarães Rosa
Este trabalho pretende analisar o conto “Corpo Fechado” de João Guimarães Rosa1, pertencente a sua obra de estreia, de 1946, livro este, recheado de contos e novelas regionalistas.
Contos, em geral, não só se apresentam em um menor número de folhas, quando comparados a um romance, por exemplo, como também, evitam grandes descrições ou análises secundárias (até pelo caráter breve que apresentam). O ilustre escritor Julio Cortazar2 corrobora com o apresentado, quando afirma que contos são:
“... aglutinantes de uma realidade infinitamente mais vasta que a do seu mero argumento, e por isso influíram em nós com uma força que nos faria suspeitar da modéstia do seu conteúdo aparente, da brevidade do seu texto.”
No texto em tela, apesar da brevidade apresentada, característica básica de um conto, como apontado acima, o conteúdo é amplo, onde estão presentes análises simples de personagens diversos, apresentadas pelo enfoque da personagem principal que, ao final, travará em pessoa, um encontro com uma das personagens por ele analisadas.
Ainda, para Cortazar, um conto não se caracteriza por possuir elementos decorativos3, tampouco por tratar de temas populares de forma simples e de fácil acesso ao povo4, conforme se transcreve abaixo respectivamente:
“Suprender-me-ia se encontrassem elementos gratuitos, meramente decorativos. O contista sabe que não pode proceder acumulativamente, que não tem o tempo por aliado; seu único recurso é trabalhar em profundidade, verticalmente, seja para cima ou para baixo do espaço literário.”
“Alguém leu um conto baseado num episódio de nossa guerra de independência, escrito com uma deliberada simplicidade para pô-lo, como dizia o autor, “no nível do camponês”. A narrativa foi ouvida cortesmente, mas era fácil perceber que não havia tocado fundo. Em seguida um de nós leu A pata do macaco, o conto justamente famoso de W. W. Jacobs. O interesse, a emoção, o