Análise de "O Triste fim de Policarpo Quaresma"
1149 palavras
5 páginas
O pré-modernista Lima Barreto, em O Triste Fim de Policarpo Quaresma, descreve o Brasil com enfoque na transmissão do real. O livro não apresenta qualquer fantasia ou eufemismo quanto à condição do país, o que diminui a distância entre realidade e ficção, que era vista até então. São retratados diversos aspectos sociais e políticos do Rio de Janeiro do século XIX, como a Revolta da Armada e o governo de Floriano Peixoto. O livro tem como protagonista Policarpo Quaresma, por meio do qual o autor faz uma forte crítica ao nacionalismo exacerbado. Quaresma, contrário a descaracterização da sociedade brasileira, ditada por valores europeus, assume ares de visionário, louco, por não pensar em si. Seu primordial objetivo é o engrandecimento do Brasil. O "triste fim" de Policarpo representa sua desilusão, a perda de seus ideais, quando ele percebe que dedicou sua vida pelo bem e preservação do Brasil como unidade e acaba preso e condenado a morte pelas forças políticas as quais apoiava. Lima Barreto aborda temas como o preconceito, a vida nos subúrbios cariocas, a Revolta da Armada, os hábitos e costumes da população, a classe política e sua corrupção e o presidente, Floriano Peixoto. No livro, o preconceito é abordado de várias formas. A primeira forma citada é a maneira como as pessoas que tocavam violão eram vistas pelas demais. Quem se dedicava ao violão era considerado desqualificado, inferior, boêmio, socialmente rebaixado. Depois é possível perceber a ridicularização sofrida por Policarpo no que diz respeito a falta de um curso superior e a dedicação a leitura de clássicos, ou não, da literatura brasileira. A sociedade só achava plausível uma pessoa possuir uma biblioteca do porte da do nacionalista se ela fosse graduada. O preconceito racial também é explorado. Os negros da história são sempre ex-escravos ou economicamente desfavorecidos. O protagonista também é ridicularizado quando envia à Câmara um requerimento para que o idioma Tupi-Guarani fosse