Análise da obra "Triste Fim de Policarpo Quaresma"
Geralmente as leituras que são feitas do romance "Triste Fim de Policarpo Quaresma", de Lima Barreto, concentram-se apenas no protagonista, por meio do qual o autor critica o nacionalismo ufanista surgido no final do século 19 e início do 20 no Brasil.
O texto também pode ser lido como um embate entre a utopia e a realidade, pois o sonho de Quaresma, ao qual se dedica de corpo e alma, acaba por levá-lo a um final trágico, sendo condenado à morte pelas próprias forças políticas que apoiava. Assim, aquele que tanto sonhara com um Brasil melhor é derrotado em seus ideais.
Considerado pela crítica literária o principal expoente do Pré-Modernismo brasileiro, a narrativa foi publicada inicialmente em folhetins, em 1911, na edição vespertina do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro. Quatro anos depois, foi impressa em livro.
Floriano Peixoto
Na jornada que leva o protagonista da idealização de uma sociedade brasileira à condenação pela justiça, há críticas diretas ao presidente Floriano Peixoto (1891-1894) e ao pensamento positivista, caracterizado pela afirmação social das ciências experimentais, afastando-se da teologia e da metafísica.
Patriota fanático, Quaresma apresenta uma série de características que o mostram como um aficionado ao Brasil: o número de autores nacionais em sua biblioteca, a valorização do violão, instrumento geralmente vinculado apenas à malandragem, além do estudo de costumes e da música tupinambás. Propõe ainda ao Congresso Nacional a instituição do tupi-guarani como língua nacional.
Esse pensamento o torna objeto de ridicularizarão. É internado num hospício e aposentado por invalidez da função de funcionário público no Arsenal da Guerra. Ao deixar a casa de saúde, Quaresma compra um sítio no interior com o objetivo de viver da atividade agrícola que a fértil terra brasileira propiciaria. O clientelismo hipócrita dos políticos, a deficiente estrutura agrária e as