Análise de um registro de compra e venda de escravos
Ao analisar o documento proposto pela atividade é claro perceber que se trata de um documento do período colonial brasileiro, época na qual o comércio de escravos era uma atividade constante.
O texto reconhece a venda de um escravo de nome Benedito e de origem “Crioulo”. Em algumas cidades esta denominação “crioulo” significava que o escravo era nascido no Brasil, diferente de “Ladino” que não eram nascidos no Brasil, mas falavam português e de “Boçal” que por sua vez recusava a cultura europeia rejeitando o idioma. Escravos “Ladinos” e “Crioulos” tinham trabalhos mais brandos e melhor tratamento e até mesmo uma perspectiva de ascensão social.
Neste recibo de compra e venda, declara-se o valor do escravo de quinhentos mil Réis. O valor do escravo dependia de sua condição física, do seu sexo e da sua idade, os escravos mais valorizados eram homens adultos, mas a idade adulta de um escravo compreendia de 12(doze) anos à 35(trinta e cinco) anos.
Datado de 1801 na localidade do Rio de Janeiro, capital da colônia e principal cidade do comércio de escravos, este registro de compra e venda é um retrato da realidade do Brasil colonial, estima-se que de 1532 até a 1850, data que foi proibido o tráfico negreiro, cerca de 5(cinco) milhões de escravos foram trazidos da África para o Brasil.
O escravo no Brasil colonial era um dos pilares da economia, a agricultura dependia de seus trabalhadores cativos, testamentos, transferências de propriedade e registros de compra e venda como este, mostram valores mais elevados para escravos do que para terras e propriedades.
Com toda esta importância comercial, leis e documentos eram elaborados para que fosse controlado pelo governo toda essa atividade. Documentos estes que apresentam uma “fotografia” das relações humanas da época. Época na