Análise de risco dos resíduos perfurocortantes
1. INTRODUÇÃO
Os funcionários da área de saúde estão expostos a uma série de riscos durante a execução de seu trabalho, quais sejam: físicos, químicos, ergonômicos, psicossociais e biológicos, os quais podem-lhes ocasionar acidentes e doenças ocupacionais (NAPOLEÃO, 2000). O acidente de trabalho é aquele que “ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa” [...] “provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho” (NAPOLEÃO, 2000). Os profissionais da área de saúde e limpeza constituem a população mais susceptível a acidentes ocupacionais com sangue e outros fluidos corpóreos, sendo que os acidentes com materiais perfurocortantes constituem o maior risco ocupacional (BARBOSA, 1999). Os acidentes com agulhas e outros perfurocortantes usados nas atividades laboratoriais e de assistência à saúde estão associados à transmissão ocupacional de mais de 20 diferentes patógenos (RAPPARINI & REINHARDT, 2010). Antigamente a maior preocupação era com a transmissão dos vírus causadores da hepatite (Hepatite B e Hepatite não A, não B – hoje hepatite C) e do Treponema pallidum, causador da sífilis. Porém, com o advento da síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA/AIDS), as preocupações aumentaram e medidas mais enérgicas de controle foram implantadas nos diversos centros de atendimento à saúde com a finalidade de reduzir os riscos, orientar os profissionais e minimizar as exposições (BARBOSA, 1999). A crescente preocupação com a transmissão de doenças infecto-contagiosas através de acidentes com materiais perfurocortantes e fluidos corpóreos fez com que sistemas de vigilância epidemiológica fossem criados na maioria dos hospitais (BARBOSA, 1999). A estimativa anual de acidentes pós-exposição ocupacional com material perfurocortante entre profissionais de saúde é de 0,25% a