Análise de poema
Mário Quintana
O teu querido umbiguinho,
Doce ninho do meu beijo
Capital do meu desejo,
Em suas dobras misteriosas,
Ouço a voz da natureza
Num eco doce e profundo,
Não só o centro de um corpo,
Também o centro do mundo!
1. Estrutura externa do poema
1.1 Metrificação
O/ teu/ que/ri/do um/bi/gui/nho, E.R. (4,7)
Do/ce/ ni/nho/ do/ meu/ bei/jo E.R. (3,7)
Ca/pi/tal/ do/ meu/ de/se/jo, E.R. (3,7)
Em/ suas/ do/bras/ mis/te/rio/sas, E.R. (3,7)
Ou/ço a/ voz/ da/ na/tu/re/za E.R. (3,7)
Num/ e/co/ do/ce e/ pro/fun/do, E.R. (4,7)
Não/ só/ o/ cen/tro/ de um/ cor/po, E.R. (4,7)
Tam/bém/ o/ cen/tro/ do/ mun/do! E.R. (4,7)
1.2 Versos
Por se tratar de um poema com estrofe única, este possui versos regulares com ausência de versos brancos, apresentando versos heptassílabos ou redondilha maior.
1.3 Estrofes
Como foi explanado anteriormente, o poema apresenta estrofe única e pelo fato de ser composto por oito versos, é denominado oitava.
1.4 Rimas
Explanando a respeito da rima, percebe-se um efeito ritmico nos 1º e 2º versos (umbiguinho, ninho) onde há uma rima entre a palavra final do verso e outra localizada no interior do verso seguinte. Nota-se também que há rima emparelhada, nos 2º e 3º versos (beijo, desejo) e rima interpolada nos 6º e 8º versos ( profundo, mundo).
1º O teu querido umbiguinho, (A)
2º Doce ninho (A) do meu beijo (B)
3º Capital do meu desejo, (B)
4º Em suas dobras misteriosas,
5º Ouço a voz da natureza
6º Num eco doce e profundo, (C)
7º Não só o centro de um corpo,
8º Também o centro do mundo! (C)
Sabe-se que segundo a física, o umbigo é o ponto de equilíbrio do ser humano.
Ao fazer uma primeira leitura, observa-se no poema um apelo sexual, onde o eu-lírico busca apresentar todo o seu desejo e admiração pelo corpo do ser amado, ao mesmo tempo em que estimula suas emoções através de um misto de fantasias e sentidos.
Referindo-se ao umbigo como o doce ninho do meu beijo, o verso