Parnasianismo e simbolismo
Duas concepções poéticas diferentes - Nas últimas décadas do século XIX, a literatura brasileira trilhou novos caminhos, abandonando o exagerado sentimentalismo dos românticos. Enquanto na prosa, houve o desenvolvimento do Realismo e do Naturalismo, na poesia presenciamos o surgimento de dois novos movimentos: O Parnasianismo e o Simbolismo.
Estilo parnasiano
Na França, quando o romance realista - tendo à frente Zola - seguiu para o Naturalismo, seduzido pelo cientificismo da época, a sensibilidade dos poetas, não aceitando bem a imagem do "homem fisiológico", resolveu comprometer-se com o respeito pela arte, pelo ofício e pelo artifício. Um grupo de poetas publicou uma coletânea de versos intitulada Parnaso Contemporâneo, lembrando o nome da montanha da Fócida, Parnaso, consagrada a Apolo e às Musas. Talvez assim pretendessem patentear seu isolamento e sua elevação. Esses poetas e seus seguidores passaram a ser chamados de parnasianos.
Características das poesias parnasianas:
-Preocupação formal que se revela na busca da palavra exata, caindo muitas vezes no preciosismo; o parnasiano, confiante no poder da linguagem, procura descrever objetivamente a realidade. -Comparação da poesia com as artes plásticas, sobretudo com a escultura. -Atividade poética encarada como habilidade no manejo dos versos. -Frequentes alusões a elementos da mitologia grega e latina. -Preferência por temas descritivos - cenas históricas, paisagens, objetos, estátuas etc. -Enfoque sensual da mulher, com ênfase na descrição de suas características físicas.
Última deusa
Foram-se os deuses, foram-se, em verdade; Mas das deusas alguma existe, alguma Que tem teu ar, a tua majestade, Teu porte e aspecto, que és tu mesma, em suma.
Ao ver-te com esse andar de divindade,