Análise de Poema de Florbela Espanca
Se tu viesses ver-me…
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Análise da Estrutura Externa:
O poema é composto por 4 estrofes, 2 quadras e 2 tercetos. Têm esquema rimático a-b-a-b no 1º quadra sendo a rima cruzada, e a-b-b-a na 2º quadra sendo emparelhada. Quanto aos tercetos o esquema rimático é c-d-e// c-d-e sendo a rima emparelhada. Sobre a rima, podemos considera-la predominantemente consoante e também pobre porque rimam palavras da mesma classe gramatical. A métrica dos versos é decassilábica.
Recursos Expressivos
Ao longo do poema, encontramos várias realidades com características humanas, sendo assim, a personificação um recurso estilístico mais presente no poema: “Linhas dulcíssimas dum beijo// E é seda vermelha e canta e ri” “A essa hora dos mágicos cansaços”. Também a comparação está presente no poema: “E é como um cravo ao sol a minha boca…”.
Análise Ideológica/ de conteúdo:
O poema tem como tema principal o amor. Ao longo de todo o poema, o Sujeito Poético reflecte sobre a possível hipótese da vinda do seu amado até ao seu encontro, onde romanticamente se encontrariam. O sujeito poético também recorda toda uma memória do seu amado “A tua boca... o eco dos teus passos...// O teu riso de fonte... os teus abraços...//
Os teus beijos... a tua mão na minha... “, e partindo dessa memória imagina e idealiza como seria esse novo encontro “E é como um cravo ao sol a minha boca... // Quando os olhos se me