caso cecilia
Elaborado por Luanna Sant’Anna Roncaratti,
Márcia Knop, Maciel Antunes e Eduardo Paracêncio1
(2011)
Francisco chefiava um grupo de 20 pessoas no Ministério da
Administração. Havia cinco servidores efetivos da carreira do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE) no grupo, que passavam por um sistema padronizado de avaliação de desempenho. Um desses servidores, Cecília, chegou à equipe após ter passado por cinco setores diferentes dentro do Ministério, sem ter se adaptado a nenhum deles.
Cecília ingressou no serviço público pelo sistema de cotas para pessoas com deficiência, pois apresentava dificuldade de locomoção. Todavia,
Francisco percebeu, ao longo do tempo, que ela demonstrava dificuldades em desempenhar determinadas tarefas que exigiam certo esforço intelectual. A partir daí, suspeitou que Cecília tivesse também um atraso cognitivo.
Diferentemente do que dizia Cecília, Francisco descobriu que as deficiências da servidora eram resultado de uma paralisia cerebral ao nascer, que deixou sequelas intelectuais e físicas. Esse fato, no entanto, não havia sido revelado a ele por Cecília. Ao chegar à equipe, ela disse que sua deficiência resultava de um acidente de carro quando criança. Ainda assim, Cecília conseguiu ingressar no serviço público em um cargo de nível superior por meio de concurso público e fazia bem várias tarefas, além de ser muito prestativa, dedicada e interessada no trabalho. Contudo, ela não conseguia desempenhar certas atividades de complexidade semelhante às de seus colegas que ocupavam o mesmo cargo.
Cecília foi bem aceita pela equipe de Francisco e mantinha uma boa relação com todos. No entanto, em momentos de pico de trabalho, a equipe se ressentia de ter que assumir mais serviço para compensar o ritmo diferenciado de Cecília, sendo que todos ganhavam o mesmo salário. A equipe não sabia que Cecília havia tido paralisia cerebral, mas o seu ritmo diferente era