Análise de Fonte Audiovisual - Os Narradores de Javé
Com base no que pude observar no filme, em Javé, um pequeno Vilarejo de gente muito simples no interior da Bahia, pessoas viviam sem documentos, sem registro de nascimento e se quer tinha os documentos do próprio vilarejo dizendo que o mesmo era uma cidade legal e reconhecida, o que não o era de fato.
Quando receberam a triste notícia de que Javé iria ser inundada por uma hidrelétrica em poucas semanas, os moradores se visaram sem chão e com a possibilidade de perder suas casas, suas lembranças e tudo que conhecia como lar.
O que Javé nos passa é uma noção de que patrimônio não é apenas o material, as casas e os bens, mas sim uma vida cheia de lembranças, amizades e cumplicidade nas horas mais difíceis.
Agora, parando para analisar mais profundamente esse filme, quanto patrimônios como Javé já não foram perdidos entre águas, e em nome do progresso de alguma coisa?
Temos muitos exemplos e um deles é o de São João Marcos, uma história muito semelhante à Javé.
Após cruzar o portão de entrada do Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marco, uma agradável caminhada de 20 minutos em meio à mata leva ao moderno centro de memória, com uma exposição que revela a história da região. A partir daí, embarca-se numa viagem no tempo pelo museu a céu aberto com as ruínas da antiga cidade de São João Marcos, que foi destruída pouco depois de ter sido considerada um patrimônio histórico, para dar lugar ao progresso.
São João Marcos foi criada em 1739, a reboque da primeira estrada de rodagem do Brasil, a Estrada Imperial, que cortava a cidade. No final do século XIX, auge da produção cafeeira, com muitas fazendas do poderoso Joaquim José Breves em seu entorno, já tinha 20 mil habitantes. Com o fim do ciclo do café, veio a decadência.
A cidade foi incorporada ao município de Rio Claro em 1938 e no ano seguinte, data de seu bicentenário, se tornou a primeira cidade do Brasil tombada pelo IPHAN. Em 1940, porém, decreto