Perspectivas do Etanol em 2007 - BNDES
Setor Sucroalcooleiro Brasileiro:
Evolução e Perspectivas
Maria Célia Azeredo Vieira*
COLABORADORES:
Jaldir Freire Lima
Natália Mesquita Braga**
* Gerente do Departamento de Agroindústria (DEAGRO) da Área
Industrial do BNDES.
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Respectivamente, chefe e estagiária do DEAGRO.
1. Introdução
Desde que foi trazida para o Brasil, a cana-de-açúcar tem tido importante papel na economia nacional, sendo o país o maior produtor do mundo, seguido por Índia e Austrália.
Da matéria-prima, a cana-de-açúcar, produzem-se açúcar, álcool anidro (aditivo para gasolina) e álcool hidratado para os mercados interno e externo, com demandas e dinâmica de preços diferentes.
Cabia ao governo a responsabilidade pelo planejamento e a gestão desses mercados, mas a partir da década de 1990 essas tarefas foram repassadas integralmente ao setor privado. Hoje, prevalece o regime de livre mercado, sem subsídios, em que os preços são definidos de acordo com as oscilações de oferta e demanda.
A cultura da cana-de-açúcar espalha-se pelo Centro-Sul e pelo NorteNordeste do país em dois períodos de safra. No Centro-Sul, a colheita concentra-se no período de abril/maio a novembro/dezembro de um mesmo ano. Já na região Norte-Nordeste, a colheita concentra-se no período de agosto/setembro de um ano até março/abril do ano seguinte.
Principal produtor e exportador de açúcar e álcool do mundo, o
Brasil tem o menor custo de produção entre os principais competidores do mercado internacional, além de liderar o conhecimento da biotecnologia da cana, junto com a Austrália e a África do Sul.
Muitos países estão sendo levados a pensar em uma nova matriz energética, mais limpa e renovável, em função dos seguintes fatores: a escalada do preço do petróleo, atualmente em torno de
US$ 70 o barril; os conflitos existentes nas principais áreas produtoras; a perspectiva de escassez do produto ainda neste século; e a necessidade de estabelecer programas para redução de