análise de Fita verde no cabelo
Análise do texto “Fita verde no cabelo (Nova velha estória)” de Guimarães Rosa
O texto de Guimarães Rosa “Fita verde no cabelo” (Nova velha estória) foi publicado no ano de 1993, pela editora Nova Fronteira, no Rio de Janeiro. Fala de uma menininha, chamada Fita Verde, que foi visitar sua vovozinha. Caminhando pelo meio da floresta ela se depara com inúmeras situações, mas não presta atenção em nenhum detalhe, apenas continua cantarolando e seguindo seu percurso. Fita Verde seguiu, ao contrário de Chapeuzinho Vermelho, pelo caminho louco e longo, e não o outro, encurtoso. O sufixo "oso" dá vazão ao pensamento de intencionalidade da personagem que resolveu seguir o caminho comum e recomendável, embora existisse a opção de, do mesmo modo, trilhar outro menos penoso, mais célere. O conto é uma espécie de paráfrase à história de Chapeuzinho Vermelho. A simbologia, porém, é mais profunda. Como na história original, no conto existia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor. Nota-se, assim, que o espaço e o tempo são sempre os mesmos e, por tal razão, irrelevantes. A presença de neologismo, característica marcante em Guimarães Rosa, do verbo na terceira pessoa do plural do pretérito imperfeito, velhavam, gera duas leituras. A primeira é de que as pessoas da terceira idade se conformavam com a própria condição e agiam nos moldes que a sociedade impunha, ou seja, limitavam-se a aguardar pela morte. A segunda constitui-se, exatamente, no revés da anterior, caso em que o termo assume foros de reclamação constante e de rebeldia quanto ao processo de envelhecimento. A fita, diga-se, aliás, é inventada e da cor verde. Isso, por si só, revela uma enormidade de significações. O destaque é a alusão aos contos de fada, em que o "era uma vez" se faz necessário, remetendo à ideia de que o mundo imaginário pode se tornar real a qualquer momento. Do mesmo modo, a cor verde está ligada à esperança e,