Análise de cinco minutos de josé de alencar
A visão de mundo variava de acordo com o que os personagens do século XIX passavam no desenrolar das narrativas. Assim, todos os assuntos referentes ao amor eram vistos de acordo com as experiências pessoais de cada um.
O amor era algo idealizado pelo protagonista que tinha uma imagem virginal da mulher amada. Não havia mais espaço para relações efêmeras e falsas, já que o “eu” era considerado o centro do universo e se sentia insatisfeito com todo aquele cotidiano urbano da época no Rio de Janeiro.
Era uma forma mostrar o lado ruim das festas e das relações de interesse com que a Corte estava vivenciando. O personagem buscava na natureza um refúgio acolhedor para tudo isso. Os problemas sentimentais e as crises de insatisfação com o dia-a-dia eram refletidos na forma com que o narrador descrevia a natureza. Mais uma vez ressaltando o lado individual nas narrativas.
O amor na concepção de Platão é algo essencialmente puro, idealizado e baseado na beleza do caráter, desprovido de interesses e desejos carnais. Isto se encaixa em como a relação do homem e de sua amada era expressa no Romantismo.
Em Cinco Minutos o amor se concretiza através de toda essa base. O protagonista por um atraso de cinco minutos encontra a mulher amada. Esta que nos primeiros momentos não pode ser identificada fisicamente pelo homem, mas que apresenta características consideradas marcantes por ele. Logo, a beleza física é substituída na obra pela beleza interior, ou seja, o que mais importa nela são as qualidades e os gostos, e não se ela é bonita ou feia.
No trecho “Decididamente era feia, enormemente feia. Nisto, ela fez um movimento entreabrindo o seu mantelete, e um bafejo suave de aroma de sândalo