Análise da obra as aventuras de ngunga
Pepetela: "A resistência pela palavra."
Em 29 de outubro de 1941, Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos (Pepetela) nasce em Benguela, Angola. Em 1958 parte para Lisboa, onde ingressa no Instituto Superior Técnico (Engenharia) que freqüenta até 1960. Em 1961, transfere-se para o curso de Letras. Neste mesmo ano acontece, em Luanda, a revolta que origina a Guerra Colonial. Em 1963, torna-se militante do MPLA - Movimento Popular para a Libertação de Angola. Entre 1960 e 1970 freqüenta a casa dos estudantes do Império, em Lisboa, berço dos ideais de independência. Exilado na França e na Argélia, posteriormente gradua-se em Sociologia. Em 1975 ocorre a Independência de Angola. Pepetela é Nomeado Vice-Ministro da Educação no governo de Agostinho Neto. Em 1997, ganha o Prémio Camões pelo conjunto da sua obra. Em 2002, recebe a Ordem do Rio Branco, Brasil. Atualmente é professor de Sociologia da Faculdade de Arquitetura de Luanda, onde vive.
“As aventuras de Ngunga” é um romance do escritor angolano, autor com diversas obras, casos de “Yaka”, “Mayombe”, “Muana puó”, “A corda”, “O cão e os Caluandas”. Como afirma Laranjeira, o romance foi escrito com a intenção de servir de livro de texto na alfabetização dos intervenientes e apoiantes da guerrilha.
A formação do romance em Angola dialoga com a formação da própria nação angolana. Ficção e História mantêm, assim, estreita relação, que pode ser conhecida através da obra de Pepetela, um dos escritores mais importantes do país desde os anos que antecederam a independência.
A obra de pepetela “As Aventuras de Ngunga” fala sobre um menino órfão de apenas treze anos. Logo no início do romance há uma caracterização deste personagem:
Ngunga é um menino órfão de treze anos. Os pais foram surpreendidos pelo inimigo, um dia, nas lavras. Os colonialistas abriram fogo. O pai, que já era velho, foi morto imediatamente. A mãe tentou fugir, mas uma bala atravessou-lhe o