Análise da Divina Comédia
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
Psicopatologia I
Professora Marta Regina de Leão D’Agord
A Divina Comédia – Inferno
Porto Alegre, 15.05.2014
A Divina Comédia foi escrita pelo italiano Dante Alighieri e é considerada um dos clássicos da literatura mundial. Um poema épico e teológico rigorosamente simétrico e planejado, dividido em três partes proporcionais. O autor personagem descreve a sua odisseia pelo Inferno, passando pelo
Purgatório e finalmente chegando ao Paraíso, acompanhado primeiramente da alma do poeta romano
Virgílio e depois pela alma de sua musa e amada Beatriz. Cada etapa dessa viagem contém uma riqueza de detalhes e sentimento que temos a sensação de estarmos acompanhando pessoalmente
Dante em sua jornada, apesar do alto grau de complexidade devido ao estilo de escrita.
Os estudiosos da obra afirmam, sem certeza porém, que Alighieri levou aproximadamente 14 anos para concluir o grandioso feito, ao qual deu início em seu exílio - com Inferno - e finalizando-o com Paraíso pouco antes de sua morte. Em seu sentido original, “Comédia” designava os poemas que teriam um desfecho afortunado, o inverso das famosas “Tragédias” da época, que tinham final cruciante. Dante a escreveu no dialeto toscano, contrapondo-o com o latim, a língua considerada adequada para compilações artísticas de teor sisudo na época. Justamente devido à amplitude e complexidade da obra, daremos enfoque à primeira das três partes da criação: o Inferno.
Diversos grandes nomes do período em que Dante viveu são citados ao longo do discurso do autor, que discorre sobre os pecados dos mesmos e faz uma espécie de classificação no Inferno, de acordo com a gravidade da falta. Não só políticos são citados, mas também escritores, religiosos, nobres, inclusive cidadãos comuns, entre outros. “Respondeu: - Muitos mil jazem comigo / Aqui dentro, o Segundo Frederico (imperador), / Com ele o cardeal (Ottaviano), de outros não digo. -”