Análise crítica do capítulo 5, "Riscos", do livro 'A Corrosão do Caráter' de Richard Sennett

“Eu costumo dizer que nessa profissão você deve arriscar seu emprego pelo menos uma vez ao mês, ou seja, ousar” ouvimos essa fala de um publicitário que tem grande experiência no ramo e muitos anos de profissão, e ela demonstra exatamente como é o mercado publicitário e seus riscos. Sua colocação, unido ao seu tom de voz, demonstrou certa euforia e animação para com sua área de trabalho, mas nem todos veem esse mercado flexível como cômodo. A falta de rotina e a incerteza de trabalho resultam em um grande risco que não existe somente no meio de comunicação, como também em muitas áreas que o ambiente de trabalho moderno proporciona. Em “A corrosão do caráter” o autor Richard Sennett analisa esse ambiente e, apesar do modelo atual proporcionar melhores condições de trabalho, apresenta críticas tanto ao mercado flexível quanto às mudanças de caráter que o mesmo acarreta aos indivíduos. Uma das questões abordadas por Sennett são os riscos que essa flexibilidade carrega em si, cujo capítulo (o quinto) nos servirá de análise.
No quinto capitulo nos é detalhado a história da nova-iorquina de meia idade Rose que após casar cedo e ter dois filhos perdeu seu marido e, para se manter, tornou-se dona do Trout Bar. Em suas mãos o estabelecimento conseguiu reconhecida prosperidade, e servia como ponto de encontro para fregueses fieis de um certo grupo. Mas, apesar do sucesso do bar Rose decidira aceitar um convite para ingressar no ramo publicitário, assinou contrato de dois anos, arrendou o Trout Bar em vez de vender (para o caso do negócio não dar certo) e se arriscou. Sua motivação não foi financeira, ela buscava algo mais interessante na sua vida. Apesar do contrato de 2 anos Rose retornou em apenas um ano, mostrando certo incomodo quando questionada acerca do porquê. A partir desse ponto o autor inicia sua análise tanto dos motivos que levaram a comerciante ao fracasso, como as características do mercado.
Mudar bruscamente de ramo, seja por motivações financeiras ou não,