anáfora

Em retórica, anáfora é a repetição da mesma palavra ou grupo de palavras no princípio de frases ou versos consecutivos. É uma figura de linguagem muito usada nos quadrinhos populares, música e literatura em geral, especialmente na poesia.
Exemplos
Nem tudo que ronca é porco ,
Nem tudo que berra é bode,
Nem tudo que reluz é ouro,
Nem tudo falar se pode.
"Não cos manjares novos e esquisitos,
Não cos passeios moles e ociosos
“Não cos vários deleites e infinitos...” (Os Lusíadas, 6-96)

Amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer,
É um não querer mais que bem querer. (Camões)

Ilha cheia de graça
Ilha cheia de pássaros
Ilha cheia de luz
Ilha verde onde havia
“Mulheres morenas e nuas” (Cassiano Ricardo)

Não sinto um milênio em uma hora,
Não sinto uma hora em um só dia,
Não sinto a Maldade a ir-se embora,
Não sinto a Bondade que me havia. (Jaime de Andruart)

Nada vai me fazer desistir do amor...
Nada vai me fazer desistir de voltar todo dia pro seu calor...
Nada vai me levar do amor... (Jorge Vercillo)

Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia. (Manoel Bandeira)

Definição de anáfora
A anáfora pode ser dedefinida como uma relação entre dois
Elementos linguísticos, na qual a interpretação de um deles.
(chamado de anafórico) é determinada de alguma maneira pela
Interpretação do outro (chamado de antecedente).
Mas os eventos também permitem anáforas (inclusive
Associativas):
Paulo viajou de carro de Porto Alegre até Florianópolis.
Por causa do engarrafamento, a viagem durou nove horas. Paulo viajou de carro até Porto Alegre. Mas pernoitou em
Lajes.
O pernoite (evento de pernoitar) ocorreu durante a
Viagem (evento de viajar). Portanto, ou os eventos são indivíduos (entidades